alb0n de família

02/03/2008

Música para ver

Já se foi o tempo em que a TV aberta era palco para parcerias musicais que, hoje, são pedaços importantes da história fonográfica.

O vídeo aí em cima é um clássico, de 1975, com David Bowie e Cher cantando alguns hits - entre eles, o meu favorito Young Americans - no programa The Cher Show, da rede americana CBS. Era um programa de variedades, com entrevistas e convidados musicais, que sucedeu The Sony & Cher Show, do mesmo formato, comandado pela cantora e seu ex-marido (Sony da dulpa, saca?).

O que teria acontecido com esse tipo de programa? A partir da metade dos anos 90, eles se tornaram cada vez mais escassos nas grades de programação, principalmente no Brasil. Hoje são poucos os que se sentam no sofá da sala para ver música na TV.

Por que será que os musicais morreram? Será que a fórmula se esgotou? É mais provável que a resposta esteja ligada à Mtv - que passou a produzir programas de alta qualidade, como o Acústico Mtv, por exemplo, aumentando a concorrência qualitativa do gênero ao matar os abobados playbacks do Globo de Ouro -, à linguagem rápida dos videoclipes - capaz de transformar um show num evento demorado demais para um público ávido pelo máximo de informação no menor tempo possível - e, principalmente, à disseminação da cultura e da informação com o avanço de tecnologias como o DVD e à internet.

Os Defuntos

Caetano e Chico foi outro desses musicais-bate-papo que até a década de 90 era figurinha carimbada na TV. Mas depois de anos de clipe após clipe, nem mesmo a MTV dá tanta importância para a música. Na Globo, quem quer ver música tem que esperar os especiais do Som Brasil, que, sem espaço fixo na grade, passa vez ou outra - e, mesmo asim, só depois das 11 da noite. Nas outras emissoras abertas, o espectador tem que se contentar com shows de calouros ou especiais ao vivo, na maioria das vezes comandados por duplas sertanejas - uma vez, só, eu vi a Band transmitir um especial do Chico Buarque, no fim-do-ano.

A Mtv tem prometido voltar às raízes e se focar na música. A última temporada da emissora foi bem menos sofrível do que anos anteriores. Os clipes, que no começam ficaram restritos ao Mtv Lab, deixaram a solidão da madrugada e também tiveram espaço nas tardes. O Mtv Mais ia ao ar quatro vezes por dia com um conteúdo excepcional sobre a história da música.

Claro que nada disso tem a importância do Disk MTV - um programa no horário nobre - na emissora o "prime time" era à 6h da tarde, quando os adolescentes voltavam da escola -, de The Cher Show ou de Caetano e Chico.

Os mortos vivos

Nos EUA e principalmente na Europa, existe mais espaço progamas de música como o da rede americana ABC, Jimmy Kimmel Live.

Parêntesis 1: Do qual foi tirado esse vídeo aí de cima, com uma participação bacana e também já clássica dos caras do Justice. Parêntesis 2: Justice é a dupla de DJ's franceses que aparece no começo do vídeo, aqueles em cima do palco não são a banda, pessoal! É só uma piada...

Outro que merece ser lembrado é Later... Whit Jools Holland, da britânica BBC 2, exibido no Brasil pela HBO. Até mesmo outros programas que não têm a temática da música como cerne dão espaço para artistas tocarem ao vivo - como o Late Show with David Letterman e o Saturday Night Live.


É uma pena: quem não tem TV a cabo ou internet, perde... Afinal, você nunca vai ver nos arquivos do Vídeo Show Cher com seu cabelo em formato de quadrado, cantando ao lado de um moiçolo Bowie. Pérolas desse tipo, só para elite ou para quem está pra lá de 40.

2 comentários:

Anônimo disse...

nao li o post nem nada no blog, além da descrição de vinicius silva frança.


engraçadinho, como sempre :P
:)

Anônimo disse...

era eu ali, a amaral, beibe.